Canto macio,
Ricos detalhes
História contada,
Ruídos de vinil.
Ladeiras e atabaques
O sincretismo Brasil.

O ambulante da praia
Com terços e guias
Carrega a verdade hoje esquecida.

É negra.
Negra e branca.
Igreja
Terreiro
Terra batida.

Terno de linho claro,
Saia que roda a gira da vida.
Alfazema que escorre em degraus,
Lança ao povo nos cortejos de dia.

Rio vermelho, porto de vindas
Palco de casas, vidas divinas
Passaram sonetos, versos, navios
Por ali Ela fica.

Rainha de todas as cores.
Cada conta uma força,
Ervas entre bordados e búzios
Na roupa que o tempo renova em contar.

Amanheceu nos tecidos,
Aqueceram a seda com cores do Orixá.
É homem e mulher que na cabeça carrega
O axé de quem leva adiante o mar.

O corpo instrumento
Na trama pintada
Abriga o vento no correr do tear

O Místico Vermelho
Entregue
Cantou
A liberdade de ser e aqui estar.

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